Manifestação dos pró-reitores da USP em apoio ao CNPq e contra a sua extinção
Os pró-reitores da Universidade de São Paulo (USP) divulgaram nesta quinta-feira, 29 de agosto, um manifesto contra a possível “extinção“ do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), principal agência de fomento à ciência do governo federal.
“Estamos diante da maior crise do sistema de ciência e tecnologia em nosso país“, diz a carta. “Os pró-reitores da USP manifestam-se em favor da manutenção dos recursos para o CNPq e contra a sua extinção. O Brasil não pode perder este valioso patrimônio de conhecimentos que foi construído, pelo esforço conjunto de cientistas e da sociedade brasileira, desde a criação do CNPq em 1951.“
A carta é assinada pelos pró-reitores Edmund Chada Baracat (Graduação), Carlos Gilberto Carlotti Júnior (Pós-Graduação), Sylvio Roberto Accioly Canuto (Pesquisa) e Maria Aparecida de Andrade Moreira Machado (Cultura e Extensão), e seus respectivos adjuntos. Ela foi enviada por e-mail a todos os diretores de unidades e presidentes de comissões de pesquisa da USP, assim como a deputados e senadores em Brasília — somando-se a uma enxurrada de manifestações em defesa do CNPq que foram encaminhadas ao Congresso e ao governo federal nas últimas semanas.
O orçamento do CNPq aprovado para este ano é insuficiente para pagar as 84 mil bolsas que a agência oferece a pesquisadores de todo o Brasil, como forma de impulsionar a pesquisa e o desenvolvimento científico do País. Os recursos disponíveis acabam agora, no início de setembro, com o pagamento da folha de agosto. A concessão de novas bolsas já foi sustada, e ainda são necessários R$ 330 milhões em crédito suplementar para continuar pagando as bolsas vigentes até o fim do ano. O orçamento de fomento (apoio a projetos de pesquisa) do órgão também já está praticamente zerado — além de ter sido substancialmente reduzido nos últimos anos.
Os pró-reitores ressaltam que o CNPq desempenha um “papel primordial“ no financiamento e desenvolvimento da ciência brasileira, contribuindo de forma significativa “para o desenvolvimento econômico e social do País“. Leia abaixo a íntegra da carta.