Jornal Valor Econômico entrevista o Presidente do Ceitec
Um dos principais objetivos da criação da CEITEC como empresa
pública era impulsionar a indústria de semicondutores, e por consequência, toda
a cadeia de eletrônicos no Brasil. O que essa iniciativa tem de diferente em
relação a outras tentativas nessa direção já realizadas no país?
O ambiente econômico e a estratégia
governamental são bastante diferentes neste momento do que foram no passado. De
um lado, o crescimento econômico impulsiona a demanda interna por componentes
eletrônicos a um ponto crescentemente insustentável em nosso balanço de comércio
exterior. O Brasil, com sua base industrial diversificada e sofisticada,
necessita ter uma indústria nacional de componentes eletrônicos. De outro lado,
a estratégia do governo de formar recursos humanos na área de projetos (Programa
CI-Brasil, "design houses"), a atuação agressiva da FINEP e BNDES no estímulo à
inovação, o lançamento de grandes programas nacionais demandantes de CI’s
dedicados (Plano Nacional de Banda Larga, Rastreabilidade Animal, Identificação
Veicular, etc...) e os investimentos na CEITEC S.A. compõem um conjunto de ações
diversificadas, mas que se somam para viabilizar a empresa. Esta tem, acima de
tudo, o objetivo de demonstrar para o investidor privado que o Brasil tem
condições de projetar, fabricar e comercializar com sucesso circuitos
integrados. Pelo fato de estar na ponta mais distante do mercado da cadeia
produtiva de componentes semicondutores e, portanto, na de maior risco
tecnológico e comercial, entende-se a relutância do investidor privado de entrar
neste segmento. Por isso, justifica-se a atuação do Estado, para demonstrar a
viabilidade técnica e comercial de um empreendimento industrial na
área.
Após quase dois anos do estabelecimento da CEITEC
como empresa pública, qual é o balanço que o senhor faz da organização? Quais
foram os avanços efetivos proporcionados pela empresa?
Encontramos uma empresa com uma equipe técnica
de excelente nível, com uma escolha muito adequada de plataformas tecnológicas
de desenvolvimento, e com bons projetos em andamento. Sob esses aspectos, nada a
reparar. Mas, por falta de experiência na gestão do setor estatal, a empresa
estava encontrando dificuldades para avançar em seu programa de trabalho. Nossa
primeira preocupação tem sido a de colocar o empreendimento "nos trilhos" sob o
ponto de vista da gestão. Isto é relativamente fácil, pois tecnicamente a
empresa está muito bem. Uma vez equacionada satisfatoriamente sua gestão, os
resultados começarão a aparecer.
Em contrapartida, o
cronograma do projeto apresenta alguns atrasos. Segundo o ministro Sérgio
Rezende, o senhor participou de uma comissão que ficou responsável por fazer um
raio x do projeto. Quais foram as principais conclusões levantadas por essa
comissão? Quais são os pontos que pouco avançaram no período e por que isso
aconteceu?
A Comissão fez duas
constatações principais. A primeira foi extremamente positiva: a importância do
projeto e a qualidade, comprometimento e dedicação da equipe. A Comissão
concluiu que o elemento essencial para o sucesso de uma empreitada complexa como
esta, uma equipe profissional de alto nível trabalhando em bons projetos,
existe. A segunda foi um sinal de alerta: a estratégia de negócios e a gestão da
empresa mereceriam uma reavaliação. O Ministro reagiu prontamente, nomeando um
Diretor Administrativo com experiência do setor estatal para a empresa, o Eng.
Roberto Andrade, e subseqüentemente, houve a troca de CEO e de posicionamento
estratégico da empresa. O Ministério e o Conselho de Administração determinaram
que o foco estratégico da empresa deva ser o projeto e fabricação de circuitos
integrados, evitando-se a verticalização das atividades, isto é, o
desenvolvimento de produtos utilizando os CI’s da empresa. Com esta decisão, a
empresa deve ganhar eficiência e evitar concorrer com o setor privado onde este
já atende às demandas do mercado. Seguindo essas diretivas, estamos procedendo a
uma revisão da estrutura da empresa. Quanto às dificuldades enfrentadas no
passado, são aquilo que chamamos de "as inevitáveis dores do parto" de um
empreendimento complexo e inédito no País. Não adianta perder tempo com o
passado. Nossa preocupação é construir o futuro da empresa em bases sólidas. No
decorrer dos próximos meses, iremos anunciando as medidas que forem sendo
tomadas.
Uma das questões críticas alegadas pelo
ex-presidente da CEITEC, Eduard Weichselbaumer, é a burocracia, que dificulta o
desenvolvimento de um setor que demanda agilidade e inovação. Até que ponto
esses fatores contribuíram efetivamente para dificultar o desenvolvimento das
atividades da empresa? Como o senhor está trabalhando essa questão?
A burocracia existe, inegavelmente, e é um
fator enorme de atraso do País e não apenas de empreendimentos como a CEITEC.
Não pela burocracia em si, pois nenhuma sociedade moderna pode existir sem
burocracia, mas pela desorganização dos marcos legais e infra-legais, e a
conseqüente insegurança jurídica que isto gera para o gestor público e, como
todos sabemos, também para o gestor privado. Porém, a burocracia tem as costas
largas e termina levando a culpa de tudo, até quando o problema é de gestão
inadequada. Isto não é uma crítica à administração anterior, que foi escolhida
sem nenhuma interferência política, de acordo com as melhores práticas
internacionais. Faltou-lhe, compreensivelmente, conhecimento da realidade da
gestão estatal brasileira. Então, vamos começar atacando este desafio naquilo
que está sob nosso controle: a gestão. Já iniciamos entendimentos com o
Movimento Brasil Competitivo para nos ajudar a reprojetar a empresa "da cabeça
aos pés". Com a ajuda de consultores especializados e de técnicos conhecedores
do setor público, queremos construir o melhor modelo de gestão possível para a
CEITEC. Este não é um trabalho que se fará em poucas semanas, mas acreditamos
que dentro de um ano estará concluído. Teremos uma empresa muito mais ágil e
eficiente. Uma de nossas principais metas é a transparência de sua governança
corporativa.
Quais fatores contribuíram para que o senhor
aceitasse o desafio de comandar esse projeto?
Aceitei o desafio de assegurar o processo de transição da empresa
até o início do próximo governo, como uma missão dada pelo Ministério da Ciência
e Tecnologia, ao qual estive ligado profissionalmente por muitos anos. Acredito
que o Brasil deva ter uma indústria de microeletrônica nacional e a CEITEC SA
representa uma grande oportunidade para que isto
aconteça.
De que maneira sua trajetória e sua experiência
podem contribuir para corrigir a rota da CEITEC e acelerar o
projeto?
O trabalho necessário é
de toda uma equipe e não de um indivíduo. Estou satisfeito em estar trabalhando
com pessoas competentes, motivadas e comprometidas com uma visão estratégica do
País.
Qual é o balanço que o senhor faz desses primeiros
meses à frente da empresa? Quais foram as suas prioridades nesse primeiro
instante?
Como disse, encontramos
aqui os elementos essenciais para o sucesso do empreendimento: equipe excelente
e bons projetos. A prioridade tem sido a gestão da empresa. Engessada como
estatal dependente, suas chances de sucesso são poucas, infelizmente. Porém,
temos todo o apoio do Ministro e do Conselho de Administração para proceder a um
reprojeto da empresa, com a ajuda de especialistas e consultores, inclusive o
Movimento Brasil Competitivo. É isto que queremos: uma CEITEC SA competitiva no
Brasil e no mundo. É um desafio fantástico e a resposta que temos tido não
poderia ser mais positiva. Todos com quem falamos querem nos ajudar a
concretizar este grande projeto.
Quais são os próximos
planos da CEITEC?
Primeiro,
colocar a fábrica em funcionamento. As etapas para isso estão sendo vencidas e
acredito que o cronograma de entrada em operação da linha de produção até o
final de 2011 é bastante realista. Segundo, acelerar o cronograma dos projetos
atualmente em desenvolvimento, a fim de que a empresa possa entrar no mercado o
mais rapidamente possível.
Temos insistido muito na necessidade da
empresa construir plataformas tecnológicas reutilizáveis em linhas de produtos e
em suas sucessivas gerações, para atender a mercados distintos com custos
menores de overhead de desenvolvimento. Isto implica em focar as
equipes técnicas para subir curvas de aprendizado rapidamente, ganhando
competitividade. Implica, também em, no início, fechar o leque de alternativas
possíveis para melhor aproveitar os recursos da empresa, que serão sempre
escassos.
Quais são os principais desafios para que a
CEITEC cumpra seus objetivos e se torne competitiva no mercado
global?
Gestão, gestão e gestão.
A empresa está muito bem localizada, com duas grandes Universidades na sua
vizinhança imediata, que têm contribuído para a formação de recursos humanos de
alto nível, para o desenvolvimento de projetos cooperativos, e para o ambiente
intelectual indispensável para uma indústria de alta tecnologia. O ambiente
empresarial do Rio Grande do Sul é muito dinâmico e a empresa conta com apoios
políticos importantes. Finalmente, como ponto focal de uma política de governo,
a empresa está em uma posição privilegiada para alavancar seu sucesso comercial.
Na minha opinião, equacionados satisfatoriamente os desafios da gestão, a
empresa tem tudo para dar certo.
Já existe uma projeção de
tempo para a empresa ser auto-sustentável? Há planos para abertura de
capital?
Para a amortização dos
investimentos de capital realizados, o prazo é longo e, realisticamente, talvez
nunca seja atingido. Esta é uma das razões, aliás, pelas quais o setor privado
não investe nesta indústria no momento. Para a sustentabilidade operacional,
estimo de 5 a 7 anos, como para qualquer outra empresa nascente de alta
tecnologia. Quanto à abertura de capital, isto é uma questão prematura. O
essencial é ter uma governança corporativa transparente, uma gestão eficiente,
uma equipe de alto nível e bons projetos, e um faturamento
saudável.
Quais projetos já foram entregues pela
CEITEC?
Entregamos em maio de
2009 um lote de 15 mil chips de controle eletrônico de equipamentos feitos para
a Altus, de São Leopoldo. Além disso, temos a geração 1 do Chip do Boi, cujos
testes de campo se encerram em dezembro. Mas, estes projetos são uma herança da
Associação CEITEC, que antecedeu a empresa. A CEITEC SA ainda precisa mostrar a
que veio. Este é o desafio dos próximos anos.
Em que
estágio estão os seguintes projetos: Chip do Boi, Chip do Sangue, Rastreamento
de Veículos/Denatran e Passaporte Eletrônico/Casa da Moeda? Quais os próximos
passos dessas iniciativas e existe uma data prevista para a comercialização
dessas soluções?
Essas
informações são estratégicas para os negócios da empresa e não pretendemos
revelá-las. Preferimos ir anunciando os resultados concretos obtidos no decorrer
do tempo do que falar do que estamos fazendo ou pretendemos fazer. Podemos
anunciar, entretanto, que em 2011 iremos comercializar a geração 2 do chip do
boi. Já temos compromissos com empresas de rastreabilidade animal de
fornecer-lhes amostras de engenharia para o desenvolvimento de seus produtos.
Queremos essas empresas como nossas clientes. O chip do sangue deverá estar no
mercado em 2012. Temos uma aliança estratégica com a Hemobrás, mas queremos
também envolver o setor privado, com o qual já iniciamos conversas. A
rastreabilidade veicular e os chips de identificação colocam desafios
tecnológicos muito maiores e ainda estamos estudando nossas alternativas de
modelos de negócio e de construção de plataformas tecnológicas. Temos um acordo
de cooperação com a Casa da Moeda, que é importante para nossa entrada no
mercado de identificação pessoal.
Mas, a empresa estará no mercado de
rastreabilidade para liderar. Em novembro, com a colaboração da USP, do
Instituto de Tecnologia de Software, da Perception e da revista Banco Hoje
estamos organizando em São Paulo um seminário sobre o tema
"Tag and
Trace", cujo
objetivo é precisamente o de apresentar alguns dos planos da CEITEC SA para o
mercado e, igualmente, conhecer melhor as necessidades desse mercado no
Brasil.
Que outros projetos estão sendo desenvolvidos nas
seguintes áreas: RFID, Comunicação sem Fio e Multimídia Digital?
Mais do que projetos, o foco da empresa nessas
áreas é a construção de plataformas tecnológicas reutilizáveis em várias linhas
de produtos. É claro que isto se faz com base em projetos concretos, mas esses
projetos estão sendo selecionados por seu potencial de alavancar a construção
dessas plataformas. O segmento de RFID, ao qual já me referi, é promissor e a
empresa está apostando fortemente nele. Os outros segmentos estão tratados na
próxima resposta.
De que maneira a CEITEC pode
contribuir para a evolução de iniciativas como a TV Digital e o Plano Nacional
de Banda Larga? O senhor destacaria alguma ação efetiva já em curso nesses dois
campos?
Componentes eletrônicos para a TV digital têm grande
mercado potencial, mas, ao mesmo tempo, enormes barreiras de entrada. Então,
nossa estratégia de negócio é realizar desenvolvimentos conjuntos com grupos
externos, por exemplo com o Centro de Pesquisa em Tecnologias Wireless – CPTW -
da PUC-RS, a fim de mantermos uma posição na tecnologia, mas nos movermos com
cautela do ponto de vista de negócios. O que nos interessa na tecnologia da TV
digital é principalmente o conhecimento embutido nos chips. Este conhecimento é
essencial para a plataforma tecnológica de outros produtos que queremos
desenvolver.
Para o PNBL, com apoio do BNDES e em parceria com o
CPTW/PUC-RS, estamos projetando o chip para o sistema WiMAX. Porém, se trata de
um desenvolvimento complexo, que vai requerer cerca de 3 anos e ainda não temos
uma visão clara do futuro deste mercado. Mas, queremos nos posicionar com a
plataforma tecnológica e o produto para estarmos preparados para a demanda
projetada. Para tanto, temos dialogado com o CPqD e o Consórcio WxBR, parceiros
também do PNBL, a fim de manter nossos esforços de desenvolvimento focados em
componentes que interessem ao mercado.
Quantos
profissionais trabalham hoje na CEITEC. Como esse quadro está dividido pelas
áreas da empresa (design house, administrativo, etc.).
Atualmente somos 112 profissionais, divididos
da seguinte forma:
Design: 52
Fábrica: 27
Administrativo: 31
Diretoria: 2
Qual a previsão para o início de operação
da fábrica? O que falta para que isso aconteça?
Já me referi anteriormente a este ponto. Final de 2011 é uma
expectativa realista para início da operação da fábrica. Para que isto aconteça,
temos de concluir as obras de infra-estrutura das salas limpas, instalar as
ferramentas de produção, testá-las e colocá-las em operação, e transferir a
tecnologia de produção, que está sendo negociada com a X-Fab, da Alemanha.
Completar todo o processo de transferência de tecnologia, entretanto, demandará
mais tempo, de modo que a plena operação da fábrica ainda pode tomar mais um ou
dois anos, dependendo dos eventuais problemas que poderemos encontrar, como em
qualquer outro empreendimento pioneiro. Isto não é um obstáculo para que
iniciemos logo a produção local de chips, ainda que nem todas as etapas sejam
realizadas aqui já em 2011.
Qual será a capacidade de
produção da fábrica e a expectativa de produção para 2011 e os próximos
anos?
Inicialmente, 100 "wafers"
de seis polegadas por semana, em um turno, com tecnologia de 0,6 microns. O
número de chips por wafer depende da área ocupada por cada um, a qual, em geral,
é de alguns milímetros quadrados. O aumento da capacidade de produção se dará,
inicialmente, pelo aumento do número de turnos e, posteriormente, pela aquisição
de algumas ferramentas adicionais que representam um gargalo na linha de
produção. Mesmo assim, a capacidade de produção ainda será modesta para padrões
internacionais. Mas, o mercado é suficientemente diversificado para estarmos
tranqüilos em relação a nosso posicionamento estratégico e potencial de
crescimento. Costumo dizer que não interessa quão pequeno você começa, mas quão
grande você termina. É melhor começar pequeno e, com segurança, crescer, do que
começar grande e desaparecer.
A prioridade será a
fabricação de projetos próprios ou de terceiros? Da mesma forma, o que será
priorizado: a parte de desenvolvimento ou de fabricação?
Os negócios da empresa são o projeto e a
fabricação de circuitos integrados. Como o desenvolvimento de projetos e a
fabricação demandam recursos humanos distintos, pretendemos desenvolver os dois
negócios em paralelo. Quanto às prioridades, não há nenhum segredo: mercado e
faturamento esperado serão determinantes em nossas
escolhas.
Já existe alguma parceria em vista em termos de
fabricação?
A tecnologia de
fabricação será transferida da X-Fab, na Alemanha, se as negociações em curso
forem bem sucedidas. Estamos discutindo preços e termos do contrato. Caso
contrário, já temos outros fornecedores de tecnologia batendo à nossa porta,
inclusive uma empresa de Israel.
Já há planos para a
expansão da fábrica ou mesmo para a construção de outra unidade de produção no
futuro?
É prematuro discutir
nossos planos neste momento. Mas, é claro que não queremos que a CEITEC SA fique
parada no tempo. Primeiro, entretanto, vamos colocar a fábrica em operação.
Antes de correr, vamos aprender a andar.
Quais são os
objetivos e metas para os próximos anos?
Equacionar os desafios da gestão da empresa, de forma a torná-la
competitiva. Colocar seus produtos no mercado brasileiro e, se possível,
exportar. Ocupar plenamente a capacidade de produção da fábrica e expandí-la.
Subir as curvas de aprendizado de plataformas tecnológicas do "core business" da
empresa. Crescer.
Existe uma projeção para alcançar ou se
aproximar da média de participação dos eletrônicos no PIB já verificado nos
países desenvolvidos?
A CEITEC SA
é uma empresa, atuando em apenas dois dos elos da cadeia produtiva de
semicondutores. Para alcançar esse nível de participação no PIB, o Brasil
precisa de muitas empresas, atuando ao longo de toda a cadeia produtiva de
semicondutores. O objetivo da criação da CEITEC SA é fazer com que seu efeito
demonstração estimule os investimentos privados necessários para a construção
dessa cadeia produtiva no país.
Qual o volume de
recursos já investidos na CEITEC e os investimentos projetados para o próximo
ano?
Na implantação da CEITEC SA já foram investidos cerca de R$
500 milhões, entre investimentos na fábrica, projetos e orçamentos de 2009 e
2010. No próximo ano, entre orçamento próprio e projetos, alcançaremos a marca
de R$ 80 milhões, o que para uma empresa de microeletrônica é um valor
razoável.
Algo mais a acrescentar?
Se quisermos ter sucesso, teremos de ter
paciência e determinação. Em tecnologia, não adianta querer queimar etapas. A
subida inicial de uma curva de aprendizado é sempre lenta, mas os ganhos são
permanentes e se aceleram se o trabalho for bem feito. Este é o nosso desafio
enquanto empresa: manter o rumo. Sabemos onde queremos chegar, acreditamos que
temos a estratégia correta de longo prazo, porém temos de ter a sabedoria de
adaptar nossas táticas de curto prazo aos desafios e oportunidades que forem se
apresentando. Não estamos trabalhando para os próximos seis meses ou um ano.
Estamos trabalhando para construir uma empresa sólida e bem sucedida para o
Brasil do século 21.